Carl Sagan, astrônomo e estudioso do Universo, disse em um dos episódios de sua célebre série “Cosmos”, apresentada há alguns anos na TV brasileira, que “a humanidade via pela última vez um dia como aquele”. As cenas retratavam uma manhã belíssima, com raios de sol ainda dourados porque pertenciam à aurora e acabavam de surgir no horizonte, e lírios dançando alegremente ao sabor de uma leve e benfazeja brisa.
Ele informava seus espectadores que, assim como o planeta foi tendo uma criação, juntando partes para se tornar o astro com o tamanho que hoje tem, também num futuro distante começaria a se desintegrar, assim como acontecerá com o nosso Sol e com todos os mundos e satélites naturais em órbita ao seu redor.
De fato, a Terra não existirá para sempre. Observações científicas indicam que sistemas solares e galáxias surgem e desaparecem no Universo, com seu material final dando origem ao nascimento de outros mundos. Trata-se de um processo irreversível que nem mesmo a mais avançada tecnologia que o homem possa criar conseguiria deter.
O Sol, assim como todas as estrelas, tem uma vida útil, um prazo de validade, a exemplo de uma lâmpada. Em um determinado tempo sua força começará a diminuir e seus raios serão mais fracos. Com o passar de mais alguns milhões de anos sua influência sobre a Terra e os demais planetas será mínima, quando não mais será possível haver vida na superfície de nosso mundo, nem animais e nem árvores ou vegetações que consigam sobreviver.
No fim de tudo, toda a história da humanidade, com seus feitos e desfeitos, terá sido varrida, ficando em seu lugar um pó espacial que cruzará o firmamento atraído por outras galáxias em formação. Isso já aconteceu no passado e voltará a acontecer no futuro, indefinidamente.
Porém, se pela mãe natureza a Terra tem um tempo certo para existir e definhar, o mesmo não acontece com a ação do homem, que está acelerando o processo de destruição do que Carl Sagan um dia chamou de “um distante e pálido ponto azul” nos confins do Universo. Os desmatamentos já feitos em praticamente toda a superfície dos continentes demonstram quão perniciosa pode ser a presença humana. Grande parte do planeta já se transformou em desertos, como o Saara, na África, o Mojave, nos Estados Unidos, e outros em países e regiões espalhados por todos os continentes.
Mas a ação predatória da espécie humana não para, porque se mostra insaciável. A Amazônia, lugar que só se dá bem na natureza com árvores e vegetações nativas, já perdeu milhões de quilômetros quadrados de matas naturais para dar lugar a pastos e por conta da extração ilegal de madeira. Pasto que para criar um quilo de carne ao longo da vida de um boi demandará 15 mil litros de água. Água que, por sua vez, está acabando, com a ameaça de deixar bilhões de pessoas sem ela em determinadas regiões do globo.
As queimadas de florestas e de cana de açúcar, estas muito mais criminosas porque já existem sistemas mecanizados que colhem o produto sem emitir o gás carbônico que insufla a atmosfera, as emissões de fumaça das chaminés de milhões de fábricas, notadamente nos países ricos, e outra série imensa e interminável de atentados contra a natureza certamente abreviarão o tempo de existência da espécie humana, animal e vegetal em nosso planeta.
O homem não percebe que toda a poluição que ele produz fica presa na tênue atmosfera terrestre. Esse produto, que vai se somando em volumes inimagináveis e crescentes, não tem como escapar do planeta e vagar pelo espaço, porque as camadas mais altas o retém, mantendo-o acima de nós, funcionando como uma panela de pressão e exercendo a sua ação nefasta de ir nos destruindo pouco a pouco.
O derretimento das grandes geleiras polares e o desaparecimento irreversível e para sempre delas acabará com as nascentes dos rios e com as esperanças de um mundo saudável, com água e alimentos necessários à nossa sobrevivência.
O mal que se pratica contra a natureza pode ser verificado a metros de onde estamos. Vejam as árvores hoje, em muitos casos consideradas por gente irresponsável como inimigas mortais do homem. Repare como são cortadas por inteiro, sem nenhuma razão aparente, ou em formatos bizarros, redondas, quadradas ou convexas, numa infundada, enganosa e equivocada apologia à estética. Não sabem – ou pior, sabem – seus algozes e aqueles que pagam para que assim se cometa este crime que o planeta precisa desesperadamente ser reflorestado em cada metro quadrado disponível. Estas árvores, decepadas e diminuídas quase à asfixia, não têm mais as folhas necessárias para converter o gás carbônico no oxigênio de que tanto precisamos em grandes quantidades e nem mais copas lindas e imensas que garantem um chão mais fresco, sem o mormaço que enfrentamos em nosso dia-a-dia.
O trabalho dos que destroem é inversamente desproporcional ao dos que cuidam da natureza. Enquanto abnegados, estudantes, algumas entidades e o poder público plantam uma, duas ou três árvores, os algozes, criminosos e desinformados eliminam 40 ou 50 delas.
Se cada um pode fazer a sua parte e dar a sua contribuição para retardar o processo de nossa destruição, aqui mesmo, nos municípios, é possível desencadear campanhas para replantio de árvores em abundância, por todos os lugares, nas praças e ruas, sob a proteção de leis severas contra aqueles que atentam contra a sua segurança.
Um governante que fizesse isso ganharia rapidamente a simpatia da população, dos órgãos e entidades que trabalham protegendo a Terra, passando a receber ajuda para isso. Daí para a maioria dos habitantes dos municípios se engajarem no processo seria só um passo. Com isso, seria possível criar uma força-tarefa para mudar o perfil das cidades, transformando-as de maneira positiva e servindo de exemplo para outras comunidades para adotarem as mesmas práticas.
Não desejaria ser tão radical quanto um amigo meu que, diante deste cenário alarmante, disse ter chegado à conclusão de que hoje preferiria mais a companhia de uma árvore do que a de um ser humano insensível e insensato como aqueles que as destroem. “Para viver – disse – dependo mais da árvore do que de meu semelhante”. Um triste sinal dos tempos, sobre o qual todos devemos refletir.
Ele informava seus espectadores que, assim como o planeta foi tendo uma criação, juntando partes para se tornar o astro com o tamanho que hoje tem, também num futuro distante começaria a se desintegrar, assim como acontecerá com o nosso Sol e com todos os mundos e satélites naturais em órbita ao seu redor.
De fato, a Terra não existirá para sempre. Observações científicas indicam que sistemas solares e galáxias surgem e desaparecem no Universo, com seu material final dando origem ao nascimento de outros mundos. Trata-se de um processo irreversível que nem mesmo a mais avançada tecnologia que o homem possa criar conseguiria deter.
O Sol, assim como todas as estrelas, tem uma vida útil, um prazo de validade, a exemplo de uma lâmpada. Em um determinado tempo sua força começará a diminuir e seus raios serão mais fracos. Com o passar de mais alguns milhões de anos sua influência sobre a Terra e os demais planetas será mínima, quando não mais será possível haver vida na superfície de nosso mundo, nem animais e nem árvores ou vegetações que consigam sobreviver.
No fim de tudo, toda a história da humanidade, com seus feitos e desfeitos, terá sido varrida, ficando em seu lugar um pó espacial que cruzará o firmamento atraído por outras galáxias em formação. Isso já aconteceu no passado e voltará a acontecer no futuro, indefinidamente.
Porém, se pela mãe natureza a Terra tem um tempo certo para existir e definhar, o mesmo não acontece com a ação do homem, que está acelerando o processo de destruição do que Carl Sagan um dia chamou de “um distante e pálido ponto azul” nos confins do Universo. Os desmatamentos já feitos em praticamente toda a superfície dos continentes demonstram quão perniciosa pode ser a presença humana. Grande parte do planeta já se transformou em desertos, como o Saara, na África, o Mojave, nos Estados Unidos, e outros em países e regiões espalhados por todos os continentes.
Mas a ação predatória da espécie humana não para, porque se mostra insaciável. A Amazônia, lugar que só se dá bem na natureza com árvores e vegetações nativas, já perdeu milhões de quilômetros quadrados de matas naturais para dar lugar a pastos e por conta da extração ilegal de madeira. Pasto que para criar um quilo de carne ao longo da vida de um boi demandará 15 mil litros de água. Água que, por sua vez, está acabando, com a ameaça de deixar bilhões de pessoas sem ela em determinadas regiões do globo.
As queimadas de florestas e de cana de açúcar, estas muito mais criminosas porque já existem sistemas mecanizados que colhem o produto sem emitir o gás carbônico que insufla a atmosfera, as emissões de fumaça das chaminés de milhões de fábricas, notadamente nos países ricos, e outra série imensa e interminável de atentados contra a natureza certamente abreviarão o tempo de existência da espécie humana, animal e vegetal em nosso planeta.
O homem não percebe que toda a poluição que ele produz fica presa na tênue atmosfera terrestre. Esse produto, que vai se somando em volumes inimagináveis e crescentes, não tem como escapar do planeta e vagar pelo espaço, porque as camadas mais altas o retém, mantendo-o acima de nós, funcionando como uma panela de pressão e exercendo a sua ação nefasta de ir nos destruindo pouco a pouco.
O derretimento das grandes geleiras polares e o desaparecimento irreversível e para sempre delas acabará com as nascentes dos rios e com as esperanças de um mundo saudável, com água e alimentos necessários à nossa sobrevivência.
O mal que se pratica contra a natureza pode ser verificado a metros de onde estamos. Vejam as árvores hoje, em muitos casos consideradas por gente irresponsável como inimigas mortais do homem. Repare como são cortadas por inteiro, sem nenhuma razão aparente, ou em formatos bizarros, redondas, quadradas ou convexas, numa infundada, enganosa e equivocada apologia à estética. Não sabem – ou pior, sabem – seus algozes e aqueles que pagam para que assim se cometa este crime que o planeta precisa desesperadamente ser reflorestado em cada metro quadrado disponível. Estas árvores, decepadas e diminuídas quase à asfixia, não têm mais as folhas necessárias para converter o gás carbônico no oxigênio de que tanto precisamos em grandes quantidades e nem mais copas lindas e imensas que garantem um chão mais fresco, sem o mormaço que enfrentamos em nosso dia-a-dia.
O trabalho dos que destroem é inversamente desproporcional ao dos que cuidam da natureza. Enquanto abnegados, estudantes, algumas entidades e o poder público plantam uma, duas ou três árvores, os algozes, criminosos e desinformados eliminam 40 ou 50 delas.
Se cada um pode fazer a sua parte e dar a sua contribuição para retardar o processo de nossa destruição, aqui mesmo, nos municípios, é possível desencadear campanhas para replantio de árvores em abundância, por todos os lugares, nas praças e ruas, sob a proteção de leis severas contra aqueles que atentam contra a sua segurança.
Um governante que fizesse isso ganharia rapidamente a simpatia da população, dos órgãos e entidades que trabalham protegendo a Terra, passando a receber ajuda para isso. Daí para a maioria dos habitantes dos municípios se engajarem no processo seria só um passo. Com isso, seria possível criar uma força-tarefa para mudar o perfil das cidades, transformando-as de maneira positiva e servindo de exemplo para outras comunidades para adotarem as mesmas práticas.
Não desejaria ser tão radical quanto um amigo meu que, diante deste cenário alarmante, disse ter chegado à conclusão de que hoje preferiria mais a companhia de uma árvore do que a de um ser humano insensível e insensato como aqueles que as destroem. “Para viver – disse – dependo mais da árvore do que de meu semelhante”. Um triste sinal dos tempos, sobre o qual todos devemos refletir.
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